sábado, 13 de março de 2010

Pq o que tá ruim, sempre pode piorar....

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INFERNO PROVISÓRIO


Salgado ou doce? Não sei muito bem.
Escovei os dentes várias vezes, mas não obtive resposta.

Durante esse tempo que passei sem atualizar meu blog, aconteceram muitas coisas fodásticas comigo, mas que infelizmente não pude vir aqui falar a respeito.
Perdi um amigo pra violência que nossa sociedade tem que se submeter, Alcides do Nascimento.. “O Imperador”, foi assim que o conheci. Trabalhei um bocado em função do Camarote do Zezo no Galo da Madrugada, o maior bloco do mundo. O carnaval chegou, então brinquei como se fosse sempre o último. Fui pra Olinda com os amigos... Sorrimos e choramos tudo junto. Não sabendo pelo nível de álcool, por um ou por outro, o medo e a angústia e a celebração à vida. Agora passado os acontecimentos, percebo que não consegui recuperar-me nem de mim nem dos outros.

Sair do estado de coma profundo e controverso... recobrar a consciência não é a saída de mestre de ninguém. Tem sido como pisar no asfalto quente em uma viela. E ao mesmo tempo, achar ali, uma corda prestes a se romper. Dói, dói muito... E é uma dor que eu não sei se quero que passe. É a forma que encontrei de me sentir viva MESMO me sentindo morta. Tem sido como buscar fôlego numa das crises de asma que tenho por fumar demais, por mais profundo que eu respire o ar nunca chega. Fácil não é, nem eu quero que seja, queria talvez que fosse menos sufocante. Que o coração batesse normal e não desesperado, que de vez em quando eu me arrepiasse e não sempre nem tão intenso. Que eu me arranhasse, mas que não houvesse tantas cicatrizes... Sou eu! É por mim, por você... Por aqueles que nem desconfiam que meu choro também seja por eles, porque eu nunca disse. Por que quando eu digo: AMO! É amor mesmo, sentimento forte, que também é forte quando digo que odeio... E só nisso são capazes de crer. Porque um “Eu te odeio” na hora da raiva parece ser mais verdadeiro que um “Eu te amo” inesperado. E não sou eu quem vai mudar a cabeça de ninguém, pois não consigo abrandar nem meus tormentos mais insanos, sem sentido.

Viver é difícil. Sem manual de instruções, sem comunicado na escola... Ninguém diz à gente que não vai ser fácil. Até mesmo porque não sei se faria tanta diferença ser avisado que viver dói se ninguém seria capaz de fazê-la parar. Amenizar, talvez, parar não. A não ser que fosse pelas mãos da injustiça e da violência.



O que fazer, não sei, acho que ninguém sabe. Continuar tentando talvez seja a resposta...

Tamires Correia