sábado, 19 de novembro de 2011

A era das trocas... E dos acabáveis!

Foto: Mirela e Helinha

Estamos na fase das coisas que não duram. Sofás que duram um ano, namoros que duram meses, confianças conquistadas em anos que se quebram em segundos.. E quando quebra ou não presta mais, trocamos. Nada mais dura para sempre, com a chegada do século XXI, erguemos mundos que acabam com atitudes tão vazias que parecia que nunca tinham existido. Quase tudo quase sempre é quase nada. Vivemos também do que sobra por costume e preguiça de fazer melhor e diferente. Duas pessoas não habitam e nunca habitaram o mesmo espaço, e muito dificilmente conseguem habitar na mesma casa. Todos ficamos escaços de sentimento e nos prendemos a nossa solidão, afinal, sozinhos sabemos aonde ir!
Eu preferia trocar sim, uma vida vazia, que chamamos de momento, pela palavra eterno Gosto de estar só, mas queria estar com alguém que também estivesse só comigo. Eu trocaria o meu sofá, meu guarda-roupa, minha vida inteira pela palavra para sempre. Deixaria de viver de máximas para viver de melhores, largaria a busca pelo perfeito para ter o bom... Sem ambição, sem forçar, sem estresse, porque o perfeito não é tudo. O perfeito nunca será nosso, pois ele não existe fora dos nossos sonhos. E viveria os conflitos, as alegrias, os paradoxos, e tudo o que fosse permitido... Pois também me permitiria tudo o que fosse preciso para viver o eterno.

Tamires Correia

domingo, 13 de novembro de 2011

Não se deve temer a nada, nem a liberdade!

Foto: Isabelle Arruda

Vence quem tenta, quem erra, quem não revida, quem demonstra sua fraqueza e se humilha. Vence quem não se mede, quem não se acha melhor que os outros, quem desiste antes de fracassar, quem se arrepende, quem vai além de si mesmo, quem não manipula. Vencer não é chegar em primeiro, não é ganhar... É ter estado lá, competir, jogar. Vence quem não vende sua felicidade, quem não barganha com o amor, quem não passa na cara a caridade que faz. Não é vencedor quem maltrata, quem abandona, quem exclui, quem aprisiona, quem não pede desculpas, quem não volta atrás, quem não se supera, quem não usa suas habilidades para buscar em si o que tem de melhor!
A vida não se resume a vencer algo ou alguém, a passar na frente e ser o primeiro... A vida é um conjunto de momentos que um dia vai acabar sem que a gente tem dado melhor. E vamos ficar pensando e pensando se poderíamos ter feito dela tudo que era necessário para continuar, para não revidar, para não demonstrar nossas fraquezas. Se fomos humildes o suficiente para desistir, e ir além. De tentar de novo, e ir lá. E assumir o que vier!

Vence quem é livre!


Tamires Correia

domingo, 6 de novembro de 2011

Tempo, ouve o que te digo...

Foto: Eu

Sabe aquele estado de extremo? Aquela necessidade exagerada? Aquele frenesi? Pois é, tem coisas na vida que temos que exagerar, ir aos extremos para que seja o mais intenso possível. Eu acho que nunca soube o que seria tomar a vida em doses homeopática, tudo que fiz foi em doses cavalares, pra matar mesmo. Até quando se trata de parar para descansar entro num estado de inércia tão absurdo, que quem vê pode até jurar de pés juntos que eu encontrei enfim o meu nirvana! E essa intolerância, de não suportar a vida como apenas um filme dos anos 30 faz eu querer me afogar nesse universo chamado vida, sentindo vontade de abraçar o mundo com as pernas achando de verdade que é possível se fazer o possível. Tolice a minha. Só se é capaz de fazer mesmo o impossível, lutando por aquilo que ninguém luta, porque não tem muita graça em amar quem nos ama, tem??? 
Agora, 23 anos depois percebo que, mesmo sem a chegada dos fios prateados nos meus cabelos encaracolados, tenho envelhecido muito com tanta vida Tenho hoje um rosto mais acabado pelas ações do tempo do que na flor da minha juventude dos 15 aninhos. É uma sensação estranha de caminhar, caminhar, caminhar e nunca se saber aonde se vai. Fico pensando no infinito... Às vezes, penso nele apenas como palavra, essas coisas que se escreve sem entender bem o significado. Às vezes, penso nele como ação, como gesto, como tempo, chamego, dor, amasso... Penso essas coisas também, no infinito. E não vou mentir, penso infinito como findo. Sem reticências, nem vírgulas, sem acentos ou hifens (tipo, IN-FINITO). 
Agora a vida tem dessas histórias de palavras soltas e o intenso que não se sabe se infinito ou findo, fica ora esperando ora buscando o destino chegar.

E fico, vivendo e morrendo enquanto a vida não decide o que vai querer de mim!


Tamires Correia