terça-feira, 23 de julho de 2013

Você!

Foto: google.com.br

Ain, quantos caras vou ter que namorar pra descobrir que é você quem eu gosto? Mas gosto tanto que a gente não pode ficar juntos!
Fico triste de falar uma piada pro carinha que eu to e ele não entender, quando eu sei que se fosse você, eu não precisaria nem terminar de contar e você já teria entendido. E aquele olhar que eu faço quando alguma coisa extraordinária acontece e você parece que vai até o outro mundo correndo e volta só de vê-lo. Os outros não me compreendem como você. Os outros não me abraçam como você. Os outros não me amam como você. Os outros não são você. 
Você fala aquelas coisas, que não são elogios, mas são como se fossem. Você não briga comigo, mas eu sei quando faço alguma coisa que você não gosta, pois eu conheço os teus gestos e eu acho engraçado, porque você morde os lábios, frisa as sobrancelhas como se quisesse enxergar melhor aquilo que eu fiz, como se não acreditasse (kkkkkkk..) e essa é a maneira mais sutil que você tem de dizer que eu fiz besteira. 
Quando você me apresenta a alguém do seu meio que eu ainda não conheço, mas que eles já e conhecem mais que eu a mim mesma, sinto como se você tivesse exibindo o seu diploma de bom caráter e isso me deixa constrangida mas extremamente feliz, porque vejo que por onde você for irá espalhar o nosso amor e cumplicidade a ponto das outras pessoas ficarem com inveja de você. Porque você, você tem a mim e eu a você!
Sobre nossas gargalhadas que chamam a atenção de todo mundo: eles não compreendem o que se passa quando estamos juntos. Realmente merecemos um ao outro. Se eu pudesse, escolheria você mil vezes... Mas é que toda essa intimidade às vezes nos afasta e não nos perdoa. Sabemos demais sobre nós dois e até que ponto isso é bom ou ruim? Até o ponto em que nós somos tanto um do outro que não conseguimos ser verdadeiramente de mais ninguém, e não mais nos distribuímos, pois sabemos que esse mundo só nosso é tão perfeitamente intocável pelos demais que tudo começa a fazer um sentido surreal de que: nos amamos tanto à nossa maneira, que nem nós mesmo queremos perder essa magia de não sermos o que realmente somos. E o que somos? Somos a soma de todas as coisas, repartida em dois corpos que não se repelem, mas que também não se atraem. Juntos, somos UM ser indizível, inexplicável. 

Porque você no fundo é um pouco eu, e eu, eu sou muito você!



Tamires Correia

sexta-feira, 19 de julho de 2013

ESPECIAL CONCURSOS DE POESIA

Os poemas abaixo, todos são ganhadores de concursos de Poesia em Recife e Porto Alegre. Sou imensamente grata a todos que torcem por mim e que gostam do que escrevo. Tem um poema faltando, que foi de um concurso interno do TRF-5° Região, da época em que estagiava lá, mas que não é menos importante, o fato é que não tenho como posta-lo agora, porém, em breve o farei!

Com esse Poema, ganhei o POESIA TODO DIA, que será lançado em ebook, ainda sem data prevista. - 2013

PASSA TEMPO

passa o tempo
passageiro
passa ao lado
do cobrador

passa o tempo
passageiro
catando rimas
de amor

passa o tempo
passageiro
pensando besteiras
do senhor

passa o tempo
passageiro
com a 'póca' 'salguidoce"
passando o tempo da viagem

passa o tempo
passageiro
pensando em tudo
que é sacanagem

passa o tempo
passageiro
mesmo sem tá doente
passando pelo doutor

passa o tempo 
apressado
passa o tempo 
retardado
passa o tempo 
que não passa
e eu passo.


Juventude Viva
Com esse Poema ganhei o Juventude Vida, que teve como tema O QUE DESEJO EM 20 DE NOVEMBRO DE 2020, e ainda não tem data prevista para o lançamento do livro. - 2013

SANGUE VERMELHO

Nas minhas veias carrego o sangue vermelho
Que na imensidão da paz ou da guerra 
Me determina humano
De pele negra, quente e olhos vivos
Quem não me enxerga nem nasceu

No ritmo acelerado do meu coração
Que bate igualzinho ao teu
Acompanhado ao batuque da precursão
Das mãos que trabalham como a tua
Mas que não compreendes minha assinatura

Eu quero o espaço do espaço no espaço
Direitos e deveres de paz e abraços
Onde todas as guerras são banais
Onde a razão de viver deve ser igual

Crescer, desenvolver, evoluir
Tinta alvi-rubro-negra, todos aqui
Em 2020 eu quero paz todos os dias
Aos meus filhos e aos teus
Aos nossos netos e aos nossos pais

Lágrimas transparentes de felicidade
E risos sinceros de alegria
Que isso se estenda às nossas famílias
Que isso venha pra mim, pra você e pros demais

Pois o plural não distingue cor
Quando você perde, eu perco mais
Então se nós ganhamos
Ou se nós perdemos
Devemos zelar pelo que temos
Pois no "nós" somos todos um só.


Cem Poetas Sem Livros
Com esse Poema ganhei o concurso do Litera - PE que teve seu lançamento na coletânea Cem Poetas Sem Livros. - 2010

TUA ESPERA             
Me darei ao teu tempo
Como quem espera um presente,
Com laço de fita e cheiro de novo.
Me darei ao teu tempo
Como quem espera tempo bom,
Seja ele de chuva ou de sol
Com taça de vinho,
Com relógio no pulso
A tua espera, a esperar teu amor.
E quando você chegar,
Te acolher na mansidão dos meus braços,
Te carinhar um cafuné...
E sem pudor nenhum te amar
E te amar quantas vezes for desejado,
Como quem deseja o infinito e o tem.
E se mais tarde, quando menos queira imaginar
Eu possa um dia te ter pela eternidade,
Me darei ao teu tempo,
Como quem vive a te esperar.



Poemas de Ônibus e Trens de Porto Alegre
Com esse Poema ganhei o Poemas de Ônibus e Trens em 2009 tendo seu lançamento na coletânea de mesmo nome. - 2009

ADOLESCENTES

Estávamos sós 
Dentro da noite
E dentro de nós
Estávamos juntos.

Precisávamos apenas sentir
E sentimos,
Aquilo que só sós sabíamos;
Depois, mais nada.

Duas, três.. horas da manhã
Lá fora. E cá dentro
Apenas horas.

Estávamos sós dentro 
Da noite, das horas
E estávamos juntos.



Prêmio Manuel Bandeira de Poesia 
Com esse Poema ganhei o Prêmio Manuel Bandeira de Poesia em 2005 tendo o seu lançamento na Coletânea "Aprendizes de Poeta", com mediação da Escola Martins Junior. - 2005

RETRATO DO SERTÃO

Entre mandacarus e chique-chiques
Na caatinga, sob o sol e a terra seca
Só o vento é a melodia
Com pedregulhos e o Rio Capibaribe
Em barracos, novenas e esperança de chuva
Não sabendo, mas querendo aprender a rezar.
No Sertão, não tem do que se viver... Seca, castigo, fome!
O jeito é de fome viver e morrer.
E na cidade, por entre manguezais e caranguejos...
Outra vida se inicia... A fome é a mesma, é só a morte viva que caminha.
A luta não acaba, tem barreiras, resistências..
Mas há esperança de vida, pois a vida se enfeita
Quando se dá luz a outra vida.
Como Josés, Joões, Marias e Severinos de Pia.
É difícil fotografar com palavras
O retrato do sertão.