quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

Queria ser para você...



Queria ser a pessoa que faz o teu mundo parar, que faz as mãos ficarem gelada e as pernas tremendo. Queria ser teu pensamento antes de dormir, aquela que te faz se sentir idiota de tanta paixão, que faz você se sentir bobo ao lembrar de uma besteira qualquer de nós dois, queria ser a outra pessoa do teu nós. Queria ser parte dos teus planos e que esses planos incluíssem filhos, casa, praia e sombra. Sorvete no parque, tarde no lago, cinema depois das dez, carinho deitados no sofá, tarefas na cozinha e ciúme bobo. Queria ser a pessoa pra quem você deseja o primeiro bom dia mesmo de mau humor e que fosse eu a pessoa que você quisesse contar a novidade primeiro, queria ser sua escolha. Queria ser o amor da tua vida, ser teu carinho e a pessoa com quem você tem vontade de dançar agarradinho. Queria ser tua lembrança num poema de amor, tua lembrança numa lembrança qualquer, tua lembrança mais presente. Queria ser a pessoa que te arranca gargalhadas fazendo palhaçadas, aquela que você ficaria por horas na cama em silêncio mas que so a minha presença te fizesse bem, aquela que te entende ao te olhar nos olhos e ri da tua rebeldia, ri da tua tempestade, e acha lindo o teu corpo e como você morde os lábios. Queria que você tivesse certeza de mim mesmo na duvida, que fosse eu a pessoa pra quem você ligasse chorando pra dizer que precisa do colo, que você achasse lindo a cara de sono, queria ser a pessoa que você ama. Queria ser a pessoa que você sabe, não importa o que aconteça, vai estar aqui pra você. E que soubesse que me sinto assim em relação a você, queria ser para você o que você é para mim!

Tamires Correia

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Na minha dor, você...



A minha boca se morde ao falar teu nome mas meus olhos te sussurram o tempo todo. Me olho no espelho e tão claramente te vejo estampar a minha íris, e é você a menina dos meus olhos. Teu nome tem gosto de sangue e suor, e te imaginar ja é o suficiente para sentir meus pêlos se excitarem dos pés a cabeça. Não há caminhos pra te esquecer ou fingir que você não está aqui dentro de onde dói. Ainda sinto tua pele quente como brasa tão perto da minha que é fria, gelada, levando a maresia de uma tarde que se deita para a noite vir com suas estrelas que não brilham mais que você. Ainda sinto teus lábios carnudos e cheios de um contorno feito a mão sobre os meus, tímidos da tua independência e da tua mordida. Ainda sinto teus olhos buscando me decifrar nos gestos, copiando cada movimento meu pra me punir, mas os teus serão sempre um mistério para mim, como você, um enigma puro de cautela, intuição e força. Ainda me vem teu cheiro que ficou impregnado no meu nariz, na minha memória, na minha alma. E sinto, cá dentro de mim, teu abraço que me completou, me deixou segura e depois me abandonou. Lembrar que preciso te esquecer por sua ordem, e minha obediência cega ainda não entraram na minha verdade, pois a minha verdade tem sido você. Não vejo caminhos para arrancar de mim aquilo ja dentro de mim ja é meu. Meu ar possessivo não quer te perder, minha ânsia clama por tua presença. Queria atender teus pedidos e sumir, de uma vez por todas... Mas enquanto doer você permanecerá aqui, no meu lamento, na minha tristeza... Na minha saudade.

Tamires Correia

domingo, 24 de novembro de 2013

E você vem


No silêncio da madrugada e no barulho do dia a dia você vem. No abrir dos meus olhos, ao me deitar pra dormir, na música que te mandei e nas que pensei em mandar, numa palavra qualquer você vem. Sem marcar hora ou perguntar se eu to aqui, naquela blusa que traz uma lembrança, você vem. No cheiro que surge onde não há ninguém é seu perfume que me inebria, na sua risada que ouço todo o tempo, nas minhas palavras não ditas, você vem. É você que vem quando me manda sumir, quando diz que me odeia, quando me acusa sem provas alguma e nas lágrimas que derramo. E na raiva que você me fez, nas grosserias, quando você me magoa sem tato nenhum, enquanto eu busco todas as formas de chegar até você porque é você quem eu quero, é você quem vem. Nos apelidos fofinhos que eu te dei, nos pensamentos e na água fria, nas estrelas que vejo no céu, na poesia você vem. É você que vem sem ninguém convidar, sem eu te chamar, é você quem vem, e me machuca sem pensar no quanto me dói, é você quem está na minha vida. Em cada dor sentida que espero uma palavra tua, em cada momento feliz, nos dedos gelados, na agitação e na calmaria. No meu pedido de casamento, nessa paixão que maltrata, no tudo e no nada todo dia você vem. Nos planos, na saudade, na tua ausencia, na taquicardia, no ciúme, na distância que você pediu, é você quem vem. Na sua despedida você vem. Na chave da minha casa, no chocolate que eu como sem gostar só pra você vir, no meu chuveiro e na minha cama, em cada centímetro do meu lençol, no travesseiro, no controle da televisão você vem. No meu coração, nos meus lábios, em cada espaço do meu corpo, nos meus poros, na minha memória, na minha tatuagem, na minha felicidade, no meu cigarro, nas minhas duvidas, incertezas, confusões e em mim, é você quem vem. 


Tamires Correia 

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Tanto tão...



Aguçar os sentidos, excitar, estimular o gosto mais forte. Pressentir. Pré sentir. Absorver. Deixar ficar. Cheirar, tocar, olhar, saborear, ouvir e intuir. Deixar ir. Saber antes de. Imaginar antes de. Ver antes de. Sentir antes de. Antes de: antes de tocar, olhar, saborear, ouvir e cheirar, é intuir. Ver além, ver através. Sentir com a alma, com o coração, com o sentimento sem mais nada, sem barreiras, sem trapaças, sem e ponto. Consumir, receber, doar, adentrar, nas vísceras, no calor, na falha, no detalhe, no erro, no gesto, nas palavras, na respiração. Morder, na boca, com a boca, com o olhar. Calor, frio, mãos, dedos, gelo, textura da pele, do afago, do abraço, do fluir. Tudo o que vem, vem e fica. Tudo o que vem, vai e fica.  Tudo o que vai, vem e solta, e transborda, e transporta, e comporta, e destroça, se enrosca, se embebeda, me enlouquece, me enloucresce, não reconstitui, mas recria, não se cria, se petrifica, se dilui. Se seduz, se enobrece, se deprecia, se intitula: vida minha! Vida sua, vida nossa, de cada um, de cada qual, de tal porém, de tal alguém, alguém aquém, alguém além, alguns de nós, alguns tão sós, alguns ninguéns. Tão eus, tão vocês, tão a gentes! Tão cheios de sentidos latentes, tão fáceis de um sorriso imprudente, tão cheios de umas dores recorrentes... Tão tudo e tão nada. Tão água petrificada, tão gelo derretido, tanto ouvido, tanto umbigo, tanta coisa acumulada, e liberada, e quebra-cabeças de peças perdidas, na esquina, debaixo do sofá, na memória, na resina, no lençol, na fotografia. Tanta coisa, tanto tudo... Não depois, não agora, não lá fora, não aqui. Tão sem mim...

E tanto tanto que não tem fim, só depois da oração, enfim!

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Tentando me entender...



Eu quero falar, você me ouve e o que houve eu não sei. Você sorriu, você cantou e o meu coração se alegrou. Eu nem sabia mais as horas, o relógio na parede da cozinha devia ta quebrado, ou talvez a pilha tenha acabado, eu só queria estar com você ali. Por telefone ou não sei, noutra dimensão, era tudo que eu queria. Eu disse não, você disse não, dissemos talvez e eu percebi que era pouco pra mim. Tinha que ser sim, pra mim tinha que ser você, tinha que ser ali, agora, de maneira inevitável. Eu briguei, eu discuti... Vi defender, me defendi. Eu invadi o teu espaço sem pensar no estrago que poderia causar a mim e a você. E se você desistir... Não sei, um outro mundo vai surgir em mim...

Eu quero merecer você gostar de mim, queria te pedir mas é feio amor, só quero te dizer que é você é os três desejos da lâmpada mágica do Aladim. O teu abraço toda a noite, o beijo teu ao acordar, e talvez eu só precise da tua ajuda pra você não sair de mim.  Eu aprendi tantas coisas com você sobre a vida, sobre o amor e todas aquelas historias que você lia nos livros. Eu lembro quando estava com dúvidas em que curso escolher pra fazer o vestibular e você me ajudou a descobrir que minha vocação era você. Volta pelo mesmo caminho que você foi e ladrilha de brilhante as ruas dos meus sonhos. Nada será como antes, mas meu amor será ainda maior com você aqui.

Não quis dizer a ninguém o quanto gostava de você porque tinha medo. Não medo do que as pessoas poderiam falar, mas medo de que você soubesse. Não que você soubesse, acho que meu medo era você não gostar de mim, ou não gostar de mim da maneira que eu esperava ou quisesse que você gostasse. Teve uma hora em que eu ja não sabia o que era maior no que eu sentia, se era o amor ou o medo que crescia involuntariamente por "N" questões mal resolvidas na minha cabeça. Eu to usando de sinceridade pra te conquistar. Nem pensei que eu poderia ficar e simplesmente dizer tudo isso.



Tamires  Correia

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Vem...


google.com

  Eu já sabia que se deixasse você ficar teria que aprender a conviver também com a tua bagunça. Já tinha até me acostumado com tua inquietude, mas era muito estranho esse sentimento confuso que você provocava em mim. A mistura de sentimentos que você era capaz de me provar em segundos, o excesso e falta que pareciam ter sido colados em você com cola super bond. Você tinha muita força nos olhos e uma mordida levemente arrepiante, era gostoso sentir a pressão dos dentes na carne e extremamente excitante, a marquinha era como uma premiação e a maneira como você me olhava me fascinava. Eu queria que você ficasse quando meu corpo clamava pelo seu porque já tinha se acostumado com a sua presença e sua falta era tão significante que não fazia nenhum sentido não estar com você. Te queria com todos os defeitos porque sem você não era só saudade, era falta também, era o seu sentimento aqui comigo mas o seu corpo que já não habitava mais o espaço físico do meu quarto e minha memória estava abarrotada de suas lembranças. Queria que você ficasse como quem queria que você estivesse em todos os momentos do meu dia, quando me percebia imersa em planos para nós dois, em imaginações pr'um futuro em que só cabia eu e você e as coisas que fossemos construir juntos, como parceiros, cúmplices, amigos, amantes.
  Distraída, percebi e quis você e sentia medo que esse desejo não se tornasse realidade. O mesmo tamanho da certeza era a insegurança que me aturdia, vinda para me amedrontar e me fazer recuar de um passo tão importante...
  Eu queria você viesse, ficasse e trouxesse toda sua bagunça, sua transpiração e seus beijos. Seu mau humor, sua marra e suas implicâncias, mas que trouxesse aquela força, aquela garra e o amor que só você sabe me dá. Então vem e deita lentamente do meu lado, beija meus olhos e todo meu corpo, senta ao meu lado pra ver TV e faz palhaçadas. Vem, briga comigo e pede pra fazer as pazes. Não demora muito e vem, fica e bagunça a casa, a minha vida e meus planos. 


Tamires Correia

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Da Cor Mais Doce

Eu ;))

O vento forte tenta abrir a porta enquanto espero o apito do homem que vende algodão doce. Passei tantos dias em preto e branco, que hoje quero o algodão da cor mais doce que tiver. Cansei de ficar triste para sempre, preciso re-conhecer o sorriso e deixar que ele se lambuze na minha face como na infância, em que eu andava sem nada nas mãos e sem peso nas costas. Que esse sorriso seja como uma estrada que caminha longamente ao paraíso externo das coisas internas que não existem mais. Que a vontade seja maior que a força do hábito de não sentir mais nada e não querer ser nada. Ainda espero sentir aquela brisa leve e doce que se sobrepõe nas várzeas, onde os meninos passam correndo e jogando bola. A estéril sensação do não sentir não deve mais viver dentro de quem ainda acha que tem vida e que esta, pode sim, ser maior que algumas lágrimas e frustrações medíocres. Levantarei o queixo frente a saudade e seguirei passo a passo a procura do fim dessa dor antes infinda, antes perseguida, antes machucada e levantarei a bandeira da felicidade custe o que custar. Ainda esperarei ávido o pouso daquele esboço de sorriso em meus lábios para que a vida não seja mais um martírio, não seja mais um lamento rancoroso. E aquele algodão doce, aquela cor de açúcar que colore os dedos, colore a alma... Aquele é só uma desculpa pra eu falar da tristeza que tanto quero esquecer. 
Ir até o horizonte com o olhar intenso de quem busca uma maneira qualquer de viver, viver de verdade e levar a sério as brincadeiras. Daquela recordação esquecida àquela recordação fotografada, quando brincava menina descalça na rua de casa e voltava chorando para os braços de minha mãe, minha rainha, que se fazia mais humana que minha própria dor e via nela o meu sofrimento a cada corte, a cada gota de sangue derramada, a cada rejeição dos colegas por ser a mais nova, a inútil criança mais nova, que sempre era café com leite onde quer que eu fosse. Hoje não mais uma criança, tendo em vista meus 25 anos de poucas histórias, mas que aqui dentro, bem no fundo da minha alma, não se contém mais às coisas simples da vida. Abrir a lata de lixo e me desfazer das mágoas, me retratar com palavras de amor a quem queira ouvir e comprar bombom para refazer o medo das cáries. O algodão doce foi só um pretexto pra eu falar um pouco da amargura que não quero mais em mim, porque a vida, ela é tão curta que não dá pra ficar perdendo tempo com tristeza, não mais! Por isso quero colorir meus dias como o algodão doce da cor mais doce que colore os dedos, a língua e os olhos, e adoçar cada curto espaço de tempo com o sorriso que deixei de oferecer a cada pessoa que passou por mim... Quero na minha e na sua vida, um doce multi-colorido-furta-cor cheio de amor e gargalhadas.


Tamires Correia

terça-feira, 23 de julho de 2013

Você!

Foto: google.com.br

Ain, quantos caras vou ter que namorar pra descobrir que é você quem eu gosto? Mas gosto tanto que a gente não pode ficar juntos!
Fico triste de falar uma piada pro carinha que eu to e ele não entender, quando eu sei que se fosse você, eu não precisaria nem terminar de contar e você já teria entendido. E aquele olhar que eu faço quando alguma coisa extraordinária acontece e você parece que vai até o outro mundo correndo e volta só de vê-lo. Os outros não me compreendem como você. Os outros não me abraçam como você. Os outros não me amam como você. Os outros não são você. 
Você fala aquelas coisas, que não são elogios, mas são como se fossem. Você não briga comigo, mas eu sei quando faço alguma coisa que você não gosta, pois eu conheço os teus gestos e eu acho engraçado, porque você morde os lábios, frisa as sobrancelhas como se quisesse enxergar melhor aquilo que eu fiz, como se não acreditasse (kkkkkkk..) e essa é a maneira mais sutil que você tem de dizer que eu fiz besteira. 
Quando você me apresenta a alguém do seu meio que eu ainda não conheço, mas que eles já e conhecem mais que eu a mim mesma, sinto como se você tivesse exibindo o seu diploma de bom caráter e isso me deixa constrangida mas extremamente feliz, porque vejo que por onde você for irá espalhar o nosso amor e cumplicidade a ponto das outras pessoas ficarem com inveja de você. Porque você, você tem a mim e eu a você!
Sobre nossas gargalhadas que chamam a atenção de todo mundo: eles não compreendem o que se passa quando estamos juntos. Realmente merecemos um ao outro. Se eu pudesse, escolheria você mil vezes... Mas é que toda essa intimidade às vezes nos afasta e não nos perdoa. Sabemos demais sobre nós dois e até que ponto isso é bom ou ruim? Até o ponto em que nós somos tanto um do outro que não conseguimos ser verdadeiramente de mais ninguém, e não mais nos distribuímos, pois sabemos que esse mundo só nosso é tão perfeitamente intocável pelos demais que tudo começa a fazer um sentido surreal de que: nos amamos tanto à nossa maneira, que nem nós mesmo queremos perder essa magia de não sermos o que realmente somos. E o que somos? Somos a soma de todas as coisas, repartida em dois corpos que não se repelem, mas que também não se atraem. Juntos, somos UM ser indizível, inexplicável. 

Porque você no fundo é um pouco eu, e eu, eu sou muito você!



Tamires Correia

sexta-feira, 19 de julho de 2013

ESPECIAL CONCURSOS DE POESIA

Os poemas abaixo, todos são ganhadores de concursos de Poesia em Recife e Porto Alegre. Sou imensamente grata a todos que torcem por mim e que gostam do que escrevo. Tem um poema faltando, que foi de um concurso interno do TRF-5° Região, da época em que estagiava lá, mas que não é menos importante, o fato é que não tenho como posta-lo agora, porém, em breve o farei!

Com esse Poema, ganhei o POESIA TODO DIA, que será lançado em ebook, ainda sem data prevista. - 2013

PASSA TEMPO

passa o tempo
passageiro
passa ao lado
do cobrador

passa o tempo
passageiro
catando rimas
de amor

passa o tempo
passageiro
pensando besteiras
do senhor

passa o tempo
passageiro
com a 'póca' 'salguidoce"
passando o tempo da viagem

passa o tempo
passageiro
pensando em tudo
que é sacanagem

passa o tempo
passageiro
mesmo sem tá doente
passando pelo doutor

passa o tempo 
apressado
passa o tempo 
retardado
passa o tempo 
que não passa
e eu passo.


Juventude Viva
Com esse Poema ganhei o Juventude Vida, que teve como tema O QUE DESEJO EM 20 DE NOVEMBRO DE 2020, e ainda não tem data prevista para o lançamento do livro. - 2013

SANGUE VERMELHO

Nas minhas veias carrego o sangue vermelho
Que na imensidão da paz ou da guerra 
Me determina humano
De pele negra, quente e olhos vivos
Quem não me enxerga nem nasceu

No ritmo acelerado do meu coração
Que bate igualzinho ao teu
Acompanhado ao batuque da precursão
Das mãos que trabalham como a tua
Mas que não compreendes minha assinatura

Eu quero o espaço do espaço no espaço
Direitos e deveres de paz e abraços
Onde todas as guerras são banais
Onde a razão de viver deve ser igual

Crescer, desenvolver, evoluir
Tinta alvi-rubro-negra, todos aqui
Em 2020 eu quero paz todos os dias
Aos meus filhos e aos teus
Aos nossos netos e aos nossos pais

Lágrimas transparentes de felicidade
E risos sinceros de alegria
Que isso se estenda às nossas famílias
Que isso venha pra mim, pra você e pros demais

Pois o plural não distingue cor
Quando você perde, eu perco mais
Então se nós ganhamos
Ou se nós perdemos
Devemos zelar pelo que temos
Pois no "nós" somos todos um só.


Cem Poetas Sem Livros
Com esse Poema ganhei o concurso do Litera - PE que teve seu lançamento na coletânea Cem Poetas Sem Livros. - 2010

TUA ESPERA             
Me darei ao teu tempo
Como quem espera um presente,
Com laço de fita e cheiro de novo.
Me darei ao teu tempo
Como quem espera tempo bom,
Seja ele de chuva ou de sol
Com taça de vinho,
Com relógio no pulso
A tua espera, a esperar teu amor.
E quando você chegar,
Te acolher na mansidão dos meus braços,
Te carinhar um cafuné...
E sem pudor nenhum te amar
E te amar quantas vezes for desejado,
Como quem deseja o infinito e o tem.
E se mais tarde, quando menos queira imaginar
Eu possa um dia te ter pela eternidade,
Me darei ao teu tempo,
Como quem vive a te esperar.



Poemas de Ônibus e Trens de Porto Alegre
Com esse Poema ganhei o Poemas de Ônibus e Trens em 2009 tendo seu lançamento na coletânea de mesmo nome. - 2009

ADOLESCENTES

Estávamos sós 
Dentro da noite
E dentro de nós
Estávamos juntos.

Precisávamos apenas sentir
E sentimos,
Aquilo que só sós sabíamos;
Depois, mais nada.

Duas, três.. horas da manhã
Lá fora. E cá dentro
Apenas horas.

Estávamos sós dentro 
Da noite, das horas
E estávamos juntos.



Prêmio Manuel Bandeira de Poesia 
Com esse Poema ganhei o Prêmio Manuel Bandeira de Poesia em 2005 tendo o seu lançamento na Coletânea "Aprendizes de Poeta", com mediação da Escola Martins Junior. - 2005

RETRATO DO SERTÃO

Entre mandacarus e chique-chiques
Na caatinga, sob o sol e a terra seca
Só o vento é a melodia
Com pedregulhos e o Rio Capibaribe
Em barracos, novenas e esperança de chuva
Não sabendo, mas querendo aprender a rezar.
No Sertão, não tem do que se viver... Seca, castigo, fome!
O jeito é de fome viver e morrer.
E na cidade, por entre manguezais e caranguejos...
Outra vida se inicia... A fome é a mesma, é só a morte viva que caminha.
A luta não acaba, tem barreiras, resistências..
Mas há esperança de vida, pois a vida se enfeita
Quando se dá luz a outra vida.
Como Josés, Joões, Marias e Severinos de Pia.
É difícil fotografar com palavras
O retrato do sertão.

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Se você viesse...

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Aceitaria teu mau humor matinal e te ofereceria meu colo para você repousar. Ouviria você contar tuas inseguranças e teus desejos. Te ofereceria água para matar a tua sede e te chamaria para tomar um banho de chuva comigo como duas crianças. Adoraria sorrir ao te ver enlouquecer com o teu time de coração e te daria de presente no dia do seu aniversário o novo uniforme. Te deixaria recados em post-it coloridos em lugares inesperados com frases de carinho para te encantar. Brigaria com você por ciúme se achasse que alguém quisesse tomar você de mim. Dormiria de conchinha contigo e te beijaria o pescoço só pra te ver arrepiar. Te daria uma massagem para você relaxar e depois te colocaria para dormir, se você viesse. Se você parasse de recusar meus convites para sair por ai sem destino, te mostraria que podemos descobrir novos caminhos. 
 Te faria uma pizza congelada para jantar e de acompanhamento um vinho barato de botequim. Te daria meu mp3 pirata do Chico Buarque e te deixaria ler meu Cecília Meireles já gasto pelo tempo e pelo manuseio. Te ensinaria a mexer no twitter e como fazer pastas no e-mail. Te faria aquela sobremesa que aprendi com minha mãe que já aprendeu com minha avó. Não prometeria te fazer feliz, mas faria o impossível para que você pudesse ser. Te pediria ajuda para mudar os móveis de lugar e depois te convidaria para deitarmos no sofá e ali mesmo pegar no sono com a TV ligada. Te receberia na porta quando você esquecesse as chaves de casa e daria um beijo de tudo bem. Em troca de tudo isso eu só queria que você ficasse aqui comigo, que vivesse comigo. Que estivesse comigo quando o sol nascesse e quando a lua fosse chegar. E te mostraria que eu com você sou completa por demais...


Tamires Correia

terça-feira, 28 de maio de 2013

Para a alma não há cura!

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Para a ferida, merthiolate. Para dor de dente, analgésicos. Para passar o frio, chá de hortelã e cobertor. E para os males da alma? Que remédio tomar para curar aquilo que a gente sente e não vê?

Perguntas sem resposta, direções opostas, parece que nada faz sentido. Qualquer besteira que eu perco parece demais. Qualquer coisa que eu acho não me faz mais capaz. Cada passo que eu dou achando que é certo sempre preciso voltar e recomeçar, como se o fim nunca fosse chegar. Retroceder pra pegar impulso e não ir tão longe, se frustrar. Para essas dores que o remédio não existe e se existe eu não vejo, me pergunto, um irá existir?

Por quanto tempo ainda vai ter que doer pra eu me provar que eu posso suportar? Quantos caminhos errados vou ter que seguir para me achar? Quantas lagrimas vou precisar derramar para valorizar um pequeno sorriso? E se não valer a pena? E se tudo tiver sido em vão?

Dentro do meu corpo tem uma alma que pende pedindo socorro, pedindo ajuda, pedindo como um mendigo qualquer proteção, e o medo sempre me afasta da mão que se estende por não entender no gesto sinceridade. Pra essas dores da alma acho que não há remédio, não há cura. A vida então é isso mesmo o que vivemos, prazer, dor, sensações, loucura!

Tamires Correia

terça-feira, 16 de abril de 2013

Mera distração...

Fonte: google.com.br



Não passava de mera distração me perder em tuas lembranças por horas e mergulhar no teu olhar preguiçoso. Era teu gesto a trilha perfeita ao caminho da minha admiração, o desenho do teu ar tinha as formas mais sutis que só existia no outono. Teu amor pra mim era descuido do acaso. Era a ignorância cometida ao ser humano, de tão real, que eu não acreditava nele. Era a tragédia de quem inventa de parir na pré-estréia de um filme, ou como poderia ser?! Era insanidade!
Era disfarce de febre aquele calor que no silencio sorrateiro da madruga suplicava teu calor. Só poderia ser brincadeira do destino juntar meu resto do dia ao começo do teu em quatro estações. Era brincadeira de mau gosto matar minha sede em tua saliva e te ver aspirar meu fôlego, e saber que aquela mancha na toalha da mesa tinha sido você e te ver negar sorrindo. Tudo deveria ser brincadeira, porém não era. Éramos você e eu juntos, nos amando, vivendo. Era meu sonho realizado ao teu lado mesmo com aquela toalha em cima da cama, era o teu cheiro no lençol, eram as tuas coisas espalhadas por dentro de casa por que você bagunça tudo e que com cinismo diz que esqueceu de guardar. É isso que eu não acredito, mas é. Um sentimento mínimo de posse, de que você me pertence e eu a você. É essa certeza incerta, essa insegurança, esse carinho silencioso que você faz com o olhar. 
Não passava de mera distração tentar compreender esse disfarce, essa ficção que é estar ao teu lado. Esse disfarce que não funcionava contigo, pois nem sempre se é o que se demonstra ser. Era teu blusão em dia de faxina, você se jogando no sofá com uma caixa de chocolate, seu jeito de pentear os cabelos, sua preguiça ao acordar e me prender em seus braços pra não me deixar sair da cama, me pedindo pra ficar ali com você abraçada só mais 5 minutinhos. Nosso retrato na estante e dos nossos amigos no mural, sua maneira de me olhar por cima do computador, você mordendo os lábios pra mostrar que me deseja... E era tudo verdade, tua imagem prendendo minha atenção e eu disposta a aceitar tanta loucura por nós dois. Era a gente para sempre durante todos aqueles momentos e ninguém pode nos tirar isso pois nada nos pertence tanto como a nossa vida juntos. 


Tamires Correia

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Mas era pra ter sido você e é!

Foto: Beatriz Pinheiro e Dorgi Paulino


Nem era pra ter sido assim, mas com você é sempre tudo ao contrário, ou melhor, do jeito que você quer. Você insiste em ser do contra, contra mim, lógico! Fala a verdade, essa implicância, essa brabeza, esse ar de desprezo que rabisca meus passos de canto de olho deve ter uma razão bem específica. Às vezes eu tento me fazer de surda e muda pra você não perceber que eu me importo com suas atitudes, porem não é sempre que consigo, não tenho essa tranqüilidade que desejar te entender me exige. Nem era pra eu ter dito que gostava de você, pois agora você abusa desse poder e eu sempre caio no teu jogo e aceito esses teus caprichos. Enquanto você faz questão de demonstrar esse interesse velado eu assumo mesmo que te quero. Enquanto você some eu te procuro. Enquanto você faz de tudo pra negar e dizer não, mas eu entendo tudo diferente, pois quem diz que não gosta não me beija como você faz, com essa vontade louca de morar no céu da minha boca. Quem não tem tesão não transa e pede pra ficar até ao amanhecer dentro dos braços do outro. Quem não tem carinho não namora por horas com o olhar do outro, não deixa que a mão caia sem querer em seu cabelo e faça carinho. Não é sem querer que a gente ama, é querendo mesmo negando. Nem era pra eu ter deixado que você entrasse na minha vida, mas você não me pede autorização pra nada,você simplesmente invadiu meus poros, você tem troféu mesmo é em brigar comigo com essa cara linda de quem faz a tempestade em copo d’água por que sabe que eu vou continuar assim, te aceitando por quem você é e fazendo essas mini loucuras por você. É! Mini loucuras mesmo, pois lidar com essa linha tênue entre o amor e o ódio e poder ter certeza que eu sou feliz e infeliz com toda felicidade do mundo, mesmo sem te entender, porque pra mim, nem era pra ser assim... Mas era pra ser você!


Tamires Correia