quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

VORAGEM

Gosto de mulher, pronto. Que com a mão sinto o corpo quente e a carne trêmula; que o toque faz sentir suplicar e a voz gemer, suave. Mulher sem retoques, sem requintes, sem frescura e, principalmente, sem vergonha. Gosto de mulher, que carrega a sua essência de possibilidades, forte, guerreira, afável mas que é dona de si. Que não se importa com os demais falatórios sobre o corpo, o peso, o cabelo... Tudo isso é balela. Que me deixa fazer das estrias o caminho da minha corrupção e me esparramar na sua exuberância. Que me propõe o amor, o sexo e a foda sem deixar cair o charme que há por trás da saliência das palavras e do riso malicioso na boca. Gentil, que me carrega pela mão ao atravessar o quarto bagunçado de quem não quis tirar o final de semana pra arrumar mas que não perde a postura firme de quem sabe o que quer. Gosto de mulher que transparece sua inocência sem ser soberba mas que é decidida e bem resolvida. Gosto de mulher, de preferência que saiba gemer, que puxe os cabelos, que faça cara de safada e não perca o jeito doce de amar. Mulher tem que ser! Isso mesmo, mulher tem que ser... Ser o que ela quiser, mas tem que se amar como é. É assim que gosto de mulher... Que sabe ser.


Tamires Correia