quinta-feira, 24 de novembro de 2016

Prova de amor...

A maior prova de amor que podemos dar a uma pessoa, é deixa-la partir. Acredito que, para quem ama, nunca existiu momento mais doloroso que este, quando abrimos mão da nossa felicidade pela felicidade do outro, ainda que isso não nos inclua... te deixar livre para que fosses feliz. As feridas ainda abertas doem de vez em sempre. O silêncio da madrugada ainda faz pensar. A saudade, a dor. Mas, deixamos ir. Com o coração estufado de mágoas e um sentimento de impotência, a gente segue, dia a dia, uma jornada que somos obrigados a recriar sem aquela pessoa com quem pensamos construir história e dividir a vida, vendo planos e sonhos se desfazendo... E, em algum momento, a dor vai amenizar, até vamos esquecer de algumas coisas, uns detalhes, os nomes das crianças... mas jamais esquecemos por completo quem foi tão presente e importante. Nem das coisas lindas que vivemos e nem das tristezas que passamos quando vemos ir embora quem amamos. A gente segue de coração miúdo e torcendo para que um dia a ferida cure e o coração possa se reestabelecer novamente.


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domingo, 23 de outubro de 2016

Quando o riso vem sem suspense no meio da paisagem e todo encanto ilumina. Quando fazemos do simples uma lembrança boa. E a vida, cheia de peças que se encaixam, nada falta. Quando o carinho vai além do diálogo, a pele grita em arrepio e a boca cala. Surpreendentes são as entregas que nosso corpo não espera nem se desespera, mas, reaje de alma desnuda. E os improvisos risonhos que não seguem um roteiro, apenas se encontram. Quando a intimidade se faz como água que corre no rio, sem esforço. É o presente que não se pede, só se ganha, e o embrulho não precisa de laço. Quando a vida nos convida pra dançar sem dar tempo de recusar o chamado. Às surpresas boas do caminho, só tenho a agradecer.

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sábado, 24 de setembro de 2016

Na intimidade

Pequeno Segredo

Quando o amor é grande, o medo parece devastador. O amor pra mim é simples, carece do colo da pessoa amada, do calor, do ciúme, do diálogo,  do sexo no sofá. Não existe amor seguro. Sempre me perguntava: será que vou ser sempre feliz? O tempo se arrastava com o medo. Medo da zona de conforto, de se acomodar e se perder. Medo que os planos virassem sonhos e jamais se realizassem. Medo que a saudade ocupasse o lugar do amor e depois não soubesse mais qual era qual. E que as horas nunca virassem rotina. E tenho por rotina a eterna ânsia de acordar ao lado da pessoa que se ama; de tomar banho juntos; de andar de mãos dadas, ou mesmo, fazer coisas fúteis. O amor pra mim era maior que o medo, mas, o medo, era cruel.

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segunda-feira, 15 de agosto de 2016

Muitas vezes tenho vontade de cavar um buraco num lugar desabitado e ficar lá até que me sinta segura de novo para sair. Me desespero. Me perco no labirinto que é tentar conciliar ser e estar. Não consigo conceber as duas coisas num só corpo. É como se uma coisa tivesse que dar errado para que outra pudesse dar certo e manter as coisas em harmonia fosse pecado, como se fosse impossível ser feliz em tudo ao menos uma vez na vida. Essa busca por explicação é capaz de azedar os sonhos mais doces que uma pessoa é capaz de ter, é cruel... mas, eu espero que em algum momento da vida uma explicação não tão difícil e irracional fará mais sentido que todas as minhas tentativas de entender todos os mistérios que me são impostos. Acho que é nesse momento em que eu vou enterrar no buraco as minhas inseguranças, medos e tristezas e tudo será muito mais leve.

Tamires Correia

                                              
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Depois do ataque às embarcações da alma, pequenas chamas espalhadas encendeiam tudo de saudade. As tardes de sábado vazias de alguém que sozinho era maior que todo desvão. Os recomeços diários de quem queria estar ao lado-alado por todo sagrado amor. Galhofas, cansaço, ombro, divã, mãos dadas, horas e dezenas de horas e de dias de psicologia e borboletas cultivadas no estômago que têm sido brutalmente assassinadas; umas no massacre de quem ingere substâncias devastadoras encapsulada a todo descaso, outras assassinadas a sangue frio, por alguém sem compaixão. Estilhaços de vidros, meia desfiada, batom borrado, coisas quebradas espalhadas pelo chão, me faz pensar "puta merda, a solidão e o cigarro não são capazes de tudo isso", tamanha atrocidade que foi cometida. Era ainda pior. O convés repleto até o teto de sacos resistetes com nós que só marinheiros sabem dar, estavam todos amotoados, alguns se sacudiam enquanto ouviam minha voz - eram os sonhos aprisionados - pensei. E eram mesmo, e todo o meu passado. Todos os tamanhos e formas, todas a cores e cheiros, coisas que nem me lembrava mais. Os alambrados que separavam os sacos por categoria estavam jogados entre eles como num furacão. Procurava entre o lixo altamente toxico uma saída -  coquetel molotov, para por um fim real a tudo isso - ou mesmo como num pesadelo, cair penhasco abaixo e acordar. Mas, não poderia, não era pesadelo nem sonho. Teria que me direcionar ao limiar e aprender a contemplar um novo ciclo que nascera da dor cruel e absoluta. Fazer do místico silêncio das estrelas uma revolução maior que a do proletariado contra a burguesia. Como também os acrobatas, que se arriscam sem as redes de proteção e sobrevivem a queda, renascendo com ossos quebrados, ronchas e pontos que costuravam a carne, deixando exposto o sangue já coalhado e encarando a corda bamba da vida a cada novo espetáculo. Grande como o infinito, pequeno como a vida. Vi, vivi e sobrevivi.

Tamires Correia

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quarta-feira, 13 de abril de 2016

Quando você perde o sono mas não perde a noite, porque sonha acordada, faz planos, refaz acontecimentos e serena no barulho do ventilador, que desfaz a monotonia do silêncio. Vara madrugada adentro mergulhada num momento só teu, que tem teu cheiro, o teu (des)conforto, o teu jeito. Quando menos espera, teu corpo, assim como tua mente, em transe, absorta, é capaz de revisitar teus próprios medos. Essa é uma daquelas noites sem propósito que te faz acordar no dia seguinte anestesiada de sono, e que te faz se perguntar se a noite passada foi um fato ou apenas sonho - pesadelo para outros. A verdade é que você nem percebeu que horas eram ao pegar no sono, mas sabe que foi real o suficiente pra te fazer se sentir abstrato.


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Para ser leve, quis perder peso. Como eu era ingênua! A crise existencial, o inferno astral e a tpm sabiam como foder comigo sem me fazer gozar. Tava fazendo tudo errado, pra variar. E que sorte a minha ter passado por tudo isso, ou jamais me conheceria tão bem. Dos erros, dos desesperos, da ânsia pelas insaciáveis descobertas e a facilidade de se apaixonar por tudo e todos, hoje, me sinto leve de verdade e olha que os números a mais no meu jeans não são o motivo, de forma alguma... Era que eu tava focada em me livrar do peso errado.

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O peso do meu mundo

Tenho tentado disfarçar as preocupações com "energia positiva" mesmo quando o mundo que carrego nas costas parece escorregar pouco a pouco, e o alerta para "fim do mundo" pisca incessantemente à minha frente. O cansaço na minha face ta tão explícito, e as pessoas ao meu redor nem percebem, pensam que estou com sono... Jamais pensei me sentir tão exausta, invisível e solitária. Não tem sido fácil enfrentar os dias, mas torço pra que a sabedoria me ache logo e tudo possa ser superado a ponto de eu rir de tudo isso.

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Todo tempo é de mudanças

Quem nunca mudou com o tempo ou mesmo com as dificuldades, temo que tenha ficado para trás. Temo que não tenha amadurecido o suficiente pra ter coragem pra enfrentar a vida e lutar pelos seus objetivos, por seus sonhos. Temo que não saiba o valor dos seus esforços. Daí um dia a vida vem de forma devastadora e nos obriga a aprender em um dia o que poderíamos ter aprendido em 10 anos...

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Quero sossego!

Um pouco de sossego no meio desse turbilhão seria melhor que ganhar um aumento, e olha que nesses tempos de crise qualquer aumento cai bem. Mas tem sido tão cansativo, tão exaustivo toda essa correria, que eu so queria relaxar um pouco e sentir um pouco de paz. Esquecer os problemas, como se eles nunca tivessem existido. Um pouco de sossego seria mais que um prêmio... Seria perfeito!


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