quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Na minha dor, você...



A minha boca se morde ao falar teu nome mas meus olhos te sussurram o tempo todo. Me olho no espelho e tão claramente te vejo estampar a minha íris, e é você a menina dos meus olhos. Teu nome tem gosto de sangue e suor, e te imaginar ja é o suficiente para sentir meus pêlos se excitarem dos pés a cabeça. Não há caminhos pra te esquecer ou fingir que você não está aqui dentro de onde dói. Ainda sinto tua pele quente como brasa tão perto da minha que é fria, gelada, levando a maresia de uma tarde que se deita para a noite vir com suas estrelas que não brilham mais que você. Ainda sinto teus lábios carnudos e cheios de um contorno feito a mão sobre os meus, tímidos da tua independência e da tua mordida. Ainda sinto teus olhos buscando me decifrar nos gestos, copiando cada movimento meu pra me punir, mas os teus serão sempre um mistério para mim, como você, um enigma puro de cautela, intuição e força. Ainda me vem teu cheiro que ficou impregnado no meu nariz, na minha memória, na minha alma. E sinto, cá dentro de mim, teu abraço que me completou, me deixou segura e depois me abandonou. Lembrar que preciso te esquecer por sua ordem, e minha obediência cega ainda não entraram na minha verdade, pois a minha verdade tem sido você. Não vejo caminhos para arrancar de mim aquilo ja dentro de mim ja é meu. Meu ar possessivo não quer te perder, minha ânsia clama por tua presença. Queria atender teus pedidos e sumir, de uma vez por todas... Mas enquanto doer você permanecerá aqui, no meu lamento, na minha tristeza... Na minha saudade.

Tamires Correia

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