FILHA DO VENTO
Filha da serenidade, riso infantil.
Você busca a verdade no espelho do guarda-roupa, enquanto ele guarda sonhos, lembranças, cartas.. aquele short velho que não se tem coragem de jogar fora porque é bom de dormir, de ficar em casa na frente da TV deitada no sofá enquanto chove lá fora. É quando o espelho revela a vontade de ser adotada durante as noites solitárias e as verdades sobre o amor se confundem com as do ex-namorado e do atual.
Descobre então, que poderia morar dentro (láááá deeeentro!) de uma das gavetas e não seria percebida a sua falta. Difícil mesmo é encarar a descoberta do próprio desmazelo! O quanto você não se importa com você mesmo. Quanto é necessário para ser feliz? O quanto você é realmente boa a ponto de nem você se importar com você? - Você busca uma resposta convincente no horóscopo do dia no jornal, lê alguns livros e pensa seriamente em ligar pro CVV pra desabafar e ouvir todos aqueles conselhos como quem ouve uma prece, e promete pra si mesma cumprir todas as decisões corretas baseadas nos conselhos com uma religiosidade intensa e finge acreditar em tudo que está fazendo, afinal, você quer realmente mudar.. até que chega a hora de encarar a verdade e percebe enfim, que as coisas só dependem de você e mais ninguém.. não há ninguém pra culpar! E se engana toda vez que abre o guarda-roupa com olhos fechados e pega qualquer coisa porque vai ter que ficar bom o que você pegou, quando na verdade você está com medo de se achar ali.
É preciso que passe algumas estações do ano para que você perceba o quanto foi tola, que é tão normal querer ser uma pessoa amada e amável e decide que a partir de agora você vai voltar a ser como sempre foi: feliz!
Tamires Correia
Adoro leer o que você escreve,é como se sempre tirasse um pouco do que eu sinto,tu se garante muito.
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