Há espaços em nossa vida que nunca serão preenchidos por ninguém. E espaços que nunca serão desocupados. E a gente vai aprendendo a encaixar dentro dos dias esses turbilhões de sentimentos, de dores, de expectativas, de cores, de objetivos e todas essas coisas loucas que nos alegram e nos confundem. Espaços que a gente pensa que não cabe nada dentro, e cabe. Que a gente pensa que nem existe, e existe. Que a gente pensa que nem pensa, e pensa. Espaços cheios de ladrilhos de vidros que às vezes acaba machucando as mãos de quem tenta apertar, e ressalta algumas lágrimas feridas. Há quem pense que pode entrar em todos eles e andar. Há os que a gente espera que alguém entre e ande e sente, e conte histórias, e coma brigadeiro, e jogue cartas, e nos dê colo. Em todo, temos tanto e não temos nada, pois não nos permitimos na maioria das vezes ceder este espaço para outros por algum motivo que nem sabemos. E temos os espaço que dá vontade de esvaziar, como um guarda-roupa em dia de faxina no quarto...
É difícil falar de lugares que não tocamos e que não queremos que ninguém toque, mas não dá pra ficar assim pra sempre. Vai ter um dia em que alguém, que a gente nem esperava vai entrar e conquistar este espaço a ponto de não deixarmos mais este alguém sair de lá.
São eles, que nos fazem por dentro e por fora... Espaços cheios aço, de passo, de valsa, de asas...
E como diria Leminski, em O Silêncio de Pascal, "o silêncio desses espaços infinitos me apavora".
Tamires Correia
Vejo que esse seu espaço infinito não esta solitário,tem movimento de sentimentos,companheirismo fortemente temperado com um dos maiores nomes da literatura mundial.
ResponderExcluirSomos assim mesmo,mas buscando algo mais nesse infinito,afinal o ser humano é regido pela curiosidade e foi por causa dela que chegamos até aqui e vamos mais ainda,para onde...,não seisó sei que estarei mergulhado dentro do meu espaço infinito.
Tu é demais!!!
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