segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Bem que eu me lembro da gente sentado ali...

...E O SOL DE MANHÃ!

Do nada comecei a lembrar de um monte de coisas, algumas que fiz pela primeira vez e as que jurei que estava fazendo pela última. Eu ri. Ri pra despistar a ânsia que senti de sentar e compor essas coisas tão íntimas que eu pesava sobre mim. Meu primeiro dia de aula, que situação difícil, chorei tanto ao ver minha mãe me deixando lá, uma sensação de abandono - eu chego a sentir remorso por ela hoje em dia! - E minha última ressaca de vinho carreteiro?? Oxe, jurei que iria parar de beber tudo que contivesse álcool. Resultado, menti! (kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk). Lembro também quando convidei pela primeira vez a tristeza a se retirar da minha vida obrigando-a a só voltar quando ela melhorasse de comportamento e virasse alegria. Das mais simples às mais complexas, lembro de um monte de coisas mesmo... E descobri que faço questão de esquecer outras também, e sei disso, pois quanto mais tento lembrar-me de algo, mas eu esqueço. Esqueço as faces, os nomes, os números de telefones, as histórias, as conversas, os endereços... Às vezes sei que esqueço sem querer, às vezes faço questão de esquecer, e vejo que foi melhor assim.

Temos o costume de passar pela vida despercebidos da grandeza que é recordar. E não se lembrar de algo ou alguém é como um caminho de se apagar da própria história. É como se retirar do mundo ou de alguém. É talvez, uma forma de suicídio. Mas do lado de fora da lembrança sempre mora uma fagulha de um sonho que aconteceu. Com o passar dos anos, quem sabe menos, o coração num acaso caia em tentação e deixe as lembranças fluírem apenas, como as águas dos rios que correm até por entre as pedras e percorrem o curso que tem que seguir sempre se renovando da própria fonte. 

Às vezes tenho a impressão que entro tão de cabeça nas lembranças que juro sentir as mesmas sensações que senti na hora em que aconteceu, as emoções, as expressões, como se recordar fosse um momento de Déjà Vú. Ou melhor, é! É possível dizer que as situações se dividem em dois fatores determinantes pra mim: o palpável e o intocável. A imaginação sempre me transporta pra um relacionamento atordoado com minha mente, ela me é desleal, barulhenta, bagunceira, infiel, abreviada e inacabada.

Lembrar de coisas ruins só é bom pra tirar as lições da vida. Mas lembrar das coisas boas da vida é uma maneira carinhosa de voltar pro colo do passado, pedir aconchego nos braços da saudade, e caminhar com olhos numa estrada repleta de esperança, agradecendo por poder viver novos momentos que também se tornaram lembranças!
Recordar é definitivamente, VIVER!

Tamires Correia

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